
O Brasil voltou a registrar queda na taxa de homicídios em 2023, mas a de mulheres segue em estagnação preocupante, mostra dados do Atlas da Violência, divulgados nesta segunda-feira (12).
Segundo o documento, a taxa de homicídios, que representa o número de mortes a cada 100 mil habitantes, foi de 21,2 no Brasil em 2023, um recuo ante os 21,7 de 2022, segundo o Atlas. Em números absolutos, foram 45.747 mil assassinatos, ante 46.409 do ano anterior.
A taxa de mulheres, porém, permaneceu inalterada pelo 3º ano seguido, em 3,5. O número de mulheres assassinadas cresceu 2,5% entre 2022 e 2023, passando de 3.806 para 3.903.
De acordo com o Atlas, quase 1/3 dos homicídios de mulheres aconteceram dentro da casa delas.
O Atlas da Violência é um relatório anual produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Região Amazônica teve maiores taxas de mortes de mulheres
Em 2023, as maiores taxas de homicídios femininos foram registradas em estados da região amazônica. Roraima ficou no topo, com 10,4 homicídios a cada 100 mil mulheres, seguido por Amazonas e Rondônia, ambos com 5,9.
Variação da taxa de homicídios de mulheres entre 2022 e 2023
Estado Variação (%)
Acre -25,5%
Alagoas -4,5%
Amapá -13,5%
Amazonas 5,4%
Bahia 11,3%
Ceará -8,8%
Distrito Federal 22,7%
Espírito Santo -4,2%
Goiás -15,4%
Maranhão 5,7%
Mato Grosso -8,1%
Mato Grosso do Sul -32,0%
Minas Gerais 4,0%
Pará -6,5%
Paraíba -9,8%
Paraná -4,9%
Pernambuco 26,7%
Piauí -4,9%
Rio de Janeiro 28,6%
Rio Grande do Norte -12,8%
Rio Grande do Sul -9,5%
Rondônia -18,1%
Roraima 0,0%
Santa Catarina 12,0%
São Paulo 6,7%
Sergipe 13,8%
Tocantins 0,0%
Fonte: Atlas da Violência
Mulheres negras são quase 7 em casa 10 mulheres assassinadas
As mulheres negras são as que mais morrem de forma violenta. Das 3.903 mulheres assassinadas em 2023, 2.662 eram negras, o que representa 68,2% do total.
A taxa é de 4,3, ante 2,5 das mulheres não negras.
O risco de uma mulher negra ser assassinada no Brasil é 1,7 vezes maior do que o de uma mulher não branca, segundo o Atlas da Violência.
g1
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