Uma despedida negada — Dor e indignação na perda da pequena Lavínia*

Ador da perda já seria motivo suficiente para abalar qualquer família, mas a família da pequena Lavínia, uma criança cheia de vida, inteligência e carinho, viveu uma humilhação ainda maior ao ter um último pedido negado. Após o falecimento precoce de Lavínia, a família buscaram junto ao CMEI de Afonso Bezerra — escola onde a menina estudava — uma forma de prestar uma última homenagem no espaço que ela tanto amava, ao lado dos coleguinhas e professores. No entanto, o pedido foi recusado sob a justificativa de que no dia seguinte haveria uma feira de ciências na escola. A negativa foi recebida com dor e indignação, pois, segundo a família, nem mesmo uma simples homenagem foi realizada.
Pessoas próximas à família relataram à redação do blog o constrangimento vivido pelos familiares, que saíram da escola ainda mais abalados emocionalmente. Segundo o relato, a diretora orientou que eles procurassem a Secretaria de Educação, alegando impossibilidade de ceder o espaço. “Se fosse pra aniversário, teriam cedido”, desabafou um parente. A família se sentiu desamparada pela instituição que, até então, fazia parte do dia a dia da pequena Lavínia. A ausência de empatia, especialmente em um momento tão delicado, escancarou uma falha grave na condução humanizada da educação e no acolhimento às famílias em momentos de luto.

Escrevemos este texto com profunda tristeza, com lágrimas nos olhos e o coração apertado. Não se trata apenas da despedida de uma criança — trata-se do descaso, da frieza, da falta de humanidade com que a situação foi tratada. Lavínia era aluna, era parte daquela comunidade escolar. Negar uma última homenagem a ela é negar também o afeto e a importância da convivência no ambiente escolar. Que isso sirva de alerta para que situações como essa não se repitam. Que a educação em Afonso Bezerra aprenda a ser mais humana. E que Lavínia descanse em paz, levando com ela o amor da sua família e a saudade que deixou nos corações de todos que a conheceram.