Imagens inéditas captadas por drones e câmeras corporais mostram, pela primeira vez, como foi o avanço das forças de segurança pela mata fechada no alto da Penha, durante a operação que paralisou o Rio de Janeiro na última semana e resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais.
Os vídeos, obtidos por fontes da Segurança Pública, revelam o cenário de guerra vivido durante as 18 horas de confronto entre policiais e integrantes do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão. As cenas mostram tiros contínuos, explosões, bombas químicas e agentes correndo sob intensa pressão em um dos terrenos mais hostis da capital fluminense.
Nas imagens, grupos de criminosos tentam se esconder entre árvores e barrancos enquanto equipes do Bope avançam pela mata. Em determinado momento, um policial é atingido e colegas realizam o resgate sob rajadas de fuzil disparadas a curta distância.
O sargento Cleiton Serafim Gonçalves, que tentava retirar um companheiro da linha de tiro, acabou baleado e não resistiu aos ferimentos, tornando-se uma das quatro vítimas fatais entre os agentes.
Filmagens aéreas também registram o lançamento de bombas de efeito moral usadas para dispersar criminosos que se deslocavam pela vegetação. Em ruas próximas, blindados e equipes terrestres bloquearam as rotas de fuga pelos acessos dos complexos.
Apesar da grandiosidade da ação, parte das gravações não pôde ser recuperada. Segundo fontes, o tempo prolongado da operação fez com que várias câmeras corporais perdessem bateria ao longo do dia.
A megaoperação, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares, segue sendo alvo de investigação por parte do Ministério Público e da Ouvidoria de Polícia, diante da alta letalidade e das denúncias de possíveis excessos durante os confrontos.
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