Mais de 70 animais foram encontrados encalhados nas praias do RN nos Ășltimos 30 dias, diz pesquisa



Tartaruga morta encalhada em Areia Preta (23/jan/24). Foto: CEMAM e PCCB-UERN

O Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM) e Projeto CetĂĄceos da Costa Branca da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN) publicou um levantamento que mostra que no Ășltimo mĂȘs, 72 animais marinhos foram encontrados encalhados nas praias do Estado. A pesquisa foi realizada entre 24 de dezembro de 2023 e 23 de janeiro de 2024,desde Caiçara do Norte atĂ© BaĂ­a Formosa, na divisa com a ParaĂ­ba.

A pesquisa inclui tanto animais vivos quanto mortos, totalizando 63 tartarugas marinhas e 9 golfinhos. O estudo descreve que, em apenas um dia (23 de janeiro deste ano), foram encontradas quatro tartarugas marinhas encalhadas, duas vivas (nas praias de Porto Mirim em Cearå-Mirim e Pitangui em Extremoz) e duas mortas (nas praias de Ponta Negra e Areia Preta, em Natal). A tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) adulta em Porto-Mirim estå debilitada, desidratada, pouco responsiva, apresenta lesÔes nas nadadeiras, indicando possível emalhamento com rede de pesca.

Ainda de acordo com o CEMAM, a tartaruga-verde (Chelonia mydas) juvenil em Pitangui encontra-se debilitada, pouco responsiva, e sugere afogamento, possivelmente devido a tentativas de reintrodução ao mar pela população local. Também houve um acionamento para um golfinho morto na praia do Madeiro em Pipa, Tibau do Sul/RN. O animal foi levado pelas equipes para realização de exame necroscópico.

Segundo a pesquisa, a principal causa do encalhamento de animais nas praias Ă© o impacto humano na vida marinha. ”Grande parte dos animais encalhados apresentou sinais de impactos humanos, como ingestĂŁo de resĂ­duos sĂłlidos, colisĂ”es com embarcaçÔes e interaçÔes com a pesca”, apontou o documento.

Impactos observados e como a sociedade pode ajudar

A pesquisa aponta que a ingestĂŁo de resĂ­duos sĂłlidos representa uma ameaça significativa para tartarugas marinhas e golfinhos, tendo um impacto devastador em suas vidas e ecossistemas. “Estes animais frequentemente confundem plĂĄsticos e outros detritos como alimentos, resultando em obstrução intestinal, lesĂ”es internas e, em casos extremos, morte. AlĂ©m disso, a presença de substĂąncias tĂłxicas presentes nos resĂ­duos pode causar danos ao sistema imunolĂłgico e reprodutivo dessas espĂ©cies, comprometendo ainda mais sua capacidade de sobrevivĂȘncia”, explica o estudo.

JĂĄ em relação a colisĂŁo com embarcaçÔes, o projeto descreve que “elas causam nos animais lesĂ”es profundas e intercaladas tĂ­picas desse impacto. O trĂĄfego de embarcaçÔes pode apresentar uma ameaça a tartarugas e golfinhos por, nesse perĂ­odo do ano, esses animais estarem mais prĂłximos da costa”. A pesquisa orienta tambĂ©m que antes de acionar o motor, olhar ao redor e verificar se tem animal marinho prĂłximo. A hĂ©lice em movimento pode machucar e matar o animal. Em caso de jĂĄ estar navegando e avistar o animal nas proximidades, o condutor deve reduzir a velocidade ou desligar o motor para evitar colisĂ”es e atropelamentos.

O PCCB-UERN e CEMAM vem realizando diversas atividades de sensibilização ambiental nas comunidades costeiras para mitigar esses impactos pela interação com a pesca e envolver as comunidades para colaborarem com a notificação de encalhes desses animais.

A reintrodução de animais debilitados ao mar tambĂ©m Ă© um fator que pode piorar o estado de saĂșde ou atĂ© mesmo levĂĄ-lo a morte. Recomenda-se acionar o CEMAM e PCCB-UERN pelo contato abaixo e aguardar instruçÔes dos biĂłlogos e mĂ©dicos veterinĂĄrios sobre como proceder e colaborar com o atendimento emergencial.

Em caso de encalhe de tartarugas marinhas, golfinhos, baleias, peixes-bois ou aves marinhas entre em contato com o CEMAM e PCCB-UERN através dos seguintes contatos:

Natal e regiĂŁo: (84) 99943-0058
Areia Branca e regiĂŁo: (84) 98843-4621

Tribuna do Norte

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