
O Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal está investigando um episódio de intoxicação alimentar que afetou 13 pessoas após o consumo do peixe Arabaiana. A principal suspeita é a ciguatera, uma toxina produzida por microalgas presentes em recifes tropicais, que pode se acumular em diversas espécies marinhas. Apesar da associação com a Arabaiana, o biólogo Luciano de Freitas Neto alerta que a toxina não é exclusiva dessa espécie.
A ciguatera é uma intoxicação alimentar causada por ficotoxinas, como ciguatoxinas e maitotoxinas, que entram na cadeia alimentar através de peixes herbívoros e se acumulam em predadores maiores. Os sintomas comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia e alterações neurológicas, como a sensação invertida de frio e calor.
Luciano também explicou que a Arabaiana, um peixe predador encontrado em recifes e costões rochosos, pode acumular toxinas devido ao seu papel na cadeia alimentar, mas isso depende das condições ambientais. Além da Arabaiana, várias outras espécies, como peixes da família Acanthuridae (peixe cirurgião), Serranidae (piraúna), Scombridae (atum), e Lutjanidae (cioba), também podem ser contaminadas.
O biólogo recomenda cautela ao consumir peixes de procedência não confiável e reforça que, embora os casos de ciguatera sejam raros no Brasil, a situação em Fernando de Noronha tem mostrado um aumento nos casos desde 2022. Até o momento, as investigações sobre o surto continuam, sem confirmação laboratorial definitiva da presença da toxina.
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